Primeira mulher cientista da história, nascida em Alexandria, que mesmo já entrando em sua fase de declínio, a cidade era famosa por seu Museu e por sua Biblioteca, que reuniam as mais importantes obras científicas daquela época, a primeira mulher a nos chegar registro de ter trabalhado e escrito sobre matemática, cujo estúpido episódio de sua morte é considerado como marco do fim de Alexandria como centro de ciências, porém esta brilhante mulher é hoje mais lembrada por seu martírio que pelos seus dotes intelectuais. Filha do também alexandrino, famoso filósofo, matemático e autor Teon de Alexandria, foi criada em meio as efervescência de idéias científicas e, incentivada pelo pai, estudou matemática e astronomia na Academia de Alexandria, onde se tornou professora. Estudou Platão, Aristóteles e outros filósofos importantes, tornando-se ela mesma uma deles e viajou pela Grécia e Itália, impressionando por sua inteligência, ganhando fama por todo o Mediterrâneo. Destacando-se por sua beleza, eloqüência e cultura, aos 30 anos tornou-se diretora da Academia. Escreveu comentários sobre trabalhos matemáticos conhecidos e produziu textos específicos sobre a Aritmética de Diofante e As Secções Cônicas de Apolônio e sobre o Almagesto. Ela também inventou alguns aparelhos mecânicos e escreveu uma tábua de Astronomia. Como inventora desenvolveu, por exemplo, um instrumento para determinação do peso específico dos líquidos, um hidrômetro, e um astrolábio para uso em astronomia e navegação. Ministrou aulas no Museu de Alexandria e eram muitos os que vinham de longe e se encantavam com os seus ensinamentos. Seu trabalho ficou conhecido através de sua correspondência como filósofo Sinésio de Cirene, seu aluno mais célebre. Seu prestígio suscitaram a inveja de seus opositores e por causa de suas idéias científico-pagãs, como por exemplo a de que o Universo seria regido por leis matemáticas, foi considerada uma herética pelos chefes cristãos da cidade. A admiração e proteção do político romano e prefeito de Alexandria, Orestes, acirrou ainda mais o ódio do bispo Cirilo, que dividia o poder político e religioso de Alexandria. Quando o bispo Cirilo tornou-se patriarca de Alexandria, iniciou uma perseguição sistemática aos judeus e seguidores de Platão. Ela foi acusada de aconselhar Orestes a não se reconciliar com o patriarcado e isto foi o suficiente para incitar a fúria de uma turba de cristãos fanáticos. Perseguida foi retirada de sua casa, arrastada para dentro de uma igreja, cruelmente torturada até a morte e ainda teve seu corpo esquartejado e queimado em pedaços que se espalharam pelas ruas. Com sua trágica morte terminou a gloriosa fase da matemática alexandrina e de toda matemática grega e a matemática na Europa Ocidental entraria em estagnação, onde nada mais seria produzido por um período mil anos e por cerca doze séculos nenhum nome de mulher matemática foi registrado.
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